segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

"O Gigante Egoísta, seguido do Príncipe Feliz" de Óscar Wilde


       "Generosidade é um conceito que deriva do latim generosĭtas e refere-se à inclinação (tendência) para dar e partilhar acima de qualquer interesse ou utilidade. Trata-se de uma virtude e um valor positivo que se pode associar ao altruísmo, à caridade e à filantropia. A pessoa generosa quer partilhar, repartir ou distribuir aquilo que tem com outros menos favorecidos. O seu comportamento tem por base reconhecer as necessidades do próximo e tratar de as satisfazer dentro das suas possibilidades."


       Este conceito de dar desinteressadamente não é fácil de transmitir às nossas crianças, para que no futuro sejam adultos justos e generosos. Os contos infantis têm cada vez mais o papel de os ajudar a modelar a sua personalidade e compreender o que é isso de "dar sem esperar nada em troca e ser feliz assim". Mas os contos por si só não ensinam a criança a ser generosa, os adultos que as rodeiam têm um  papel fundamental nesta situação, pois não é só dizer que têm que ser generosos, obrigando-as a partilhar as suas coisas, mas também dando o exemplo. Pois para uma criança, o exemplo dos que as rodeiam valem mais do que as palavras que possam ser ditas.

        Perante esta necessidade da partilha e generosidade, a segunda obra que escolhi para trabalhar com os meus alunos, das propostas pelas metas curriculares como leitura obrigatória foi "O Gigante Egoísta seguido do Príncipe Feliz" de Óscar Wilde.

          Sugeri aos alunos que comprassem a versão da Porto Editora que se vê na imagem, pois é bem mais barata (6,90€), tem um questionário no final para cada conto e sugestões para trabalhar a obra com os alunos.




Metas
Domínio: Educação Literária.
 
Objetivo 23: Ler e ouvir ler textos literários.
      Descritores: 1 - Ler e ouvir ler obras de literatura para a
                           infância e textos da tradição popular.

    2 - Fazer a leitura expressiva de pequenos textos  
    após preparação da mesma.

    Objetivo 24: Compreender o essencial dos textos escutados.
       Descritores: 3 - Identificar, justificando, personagens
                            principais e coordenadas de tempo e lugar.
     4 - Delimitar os três grandes momentos da ação:
     situação inicial, desenvolvimento e situação final.
    5 - Fazer inferências (de agente-ação, de causa-
    efeito, de problema-solução, de lugar e de tempo). 
  7 - Propor alternativas distintas: alterar características das personagens; sugerir um cenário diferente.
10 - Responder, oralmente ou por escrito, de forma completa, a questões sobre os textos.

Objetivo 25: Ler para apreciar textos literários.
     Descritor: 2 - Manifestar sentimentos e ideias suscitados por
                       histórias e poemas ouvidos.

Objetivo 27: Dizer e escrever, em termos pessoais e criativos.
  Descritor: 3 - Escrever pequenas narrativas.

 
 
Desenvolvimento da atividade
         Num momento inicial analisamos o título da obra, em particular as palavras "egoísta" e "feliz", procurando o significado no dicionário e refletindo sobre o mesmo, registando as ideias no caderno do projeto "Pensar e Agir" (http://darmaiseb1.blogspot.pt/2013/05/projeto-pensar-e-agir-project-think.html). Em seguida observamos a capa da obra que tinham em mãos, tentando perceber quem seriam as personagens lá retratadas, o que estaria a acontecer e qual seria o tema da história.

          Mais uma vez, cada palavra que desconheciam, era registada e afixada no placar, procurávamos o significado no dicionário e os alunos registavam o mesmo no caderno, de forma a enriquecer o seu vocabulário.






O Gigante Egoísta
         Assim que terminamos a análise, iniciamos a leitura da primeira história: "O Gigante Egoísta", e lemos até à parte em que o Gigante constrói um muro à volta do seu jardim e a Primavera decide não aparecer mais naquele jardim, ficando a habitá-lo sempre o Inverno com a Neve, a Geada e o Granizo. Nesta altura, parámos a leitura e pedi aos alunos que dividissem uma folha A4 de desenho a meio e, de um lado ilustrassem o jardim do Gigante antes de construir o muro, e do outro lado o jardim após a construção do muro. Em seguida refletimos sobre o porquê de a Primavera não passar no jardim do Gigante.

          Terminadas as tarefas anteriores, seguimos a leitura da história. Entretanto as crianças da história conseguem entrar no jardim e a Primavera volta. A dada altura o autor apresenta um menino que chama a atenção do Gigante e que consegue mudar o seu coração tornando-o mais generoso, mas depois desaparece. Questionei então as crianças sobre quem seria aquele menino e o que lhe teria acontecido para nunca mais voltar ao jardim. As respostas foram muito variadas.


Eu acho que o menino que o Gigante beijou era o Príncipe Feliz. O menino morava  no outro lado da aldeia e viu aquele jardim e foi lá brincar. Depois ele desapareceu, porque teve que ir governar o seu reino. Eu acho que ele vai voltar para dar para dar outro beijinho ao gigante e eles vão viver juntos. Depois o menino vai lhe dar um presente que é ir viver para o castelo e para também governar com ele, e vão ser muito felizes.
Luana Meireles
Ele era o Príncipe Feliz.
Ele apareceu porque ouviu alguém a falar do jardim e ele foi lá.
Ele não voltou porque tinha de ir para casa, e tinha que ir para subir a torre e ficar Príncipe, e não voltou lá porque a mãe disse que não podia ir lá porque já era muito velha, já quase não podia andar.
Hugo Carvalho
Eu acho que o menino não voltou outra vez ao jardim porque um ramo da árvore furou-lhe a camisola e teve a esconder por muito tempo. E também porque ele chegou tarde a casa e os pais deram-lhe um enorme castigo. Também acho que não voltou porque mudou de casa e ficava muito longe do jardim e até mesmo porque não sabia onde se situava o jardim de onde estava. E também porque os pais descobriram que andava a falar com estranhos (o Gigante e os outros meninos).
Diogo Dias
O menino seria um menino triste.
O menino terá desaparecido, porque o menino só queria ver como era o jardim do Gigante para ele ter um sítio bonito para brincar.
O final da história deve ser que o Gigante foi procurar o menino e encontrou-o preso numa jaula. Tirou-o de lá e o Gigante trouxe-o para o jardim e ele gostou e viveram felizes para sempre.
David Gama
O final da história é algo inesperado, bem como o menino, que revela ser alguém de quem não estamos à espera. Não revelarei o final, mas é importante refletir com os meninos sobre a verdadeira identidade do menino, pois não é explicito no texto, mas sim implícito. Alguns alunos tiveram dificuldade em compreender, mas com ajuda lá conseguiram.


O Príncipe Feliz
       Terminada a história do Gigante Egoísta iniciamos a leitura da história do Príncipe Feliz. Eu sei que nas metas propõem a leitura ou de uma ou de outra, mas na minha opinião, a leitura de uma história sem a outra não tem sentido, ambas completam-se. E foi o que fiz.

        Voltamos a refletir sobre o que significa "ser feliz", registando mais uma vez nos seus cadernos do projeto "Pensar e Agir" as suas ideias. Também refletimos sobre o que fazia com que o Príncipe fosse assim tão feliz.

         Mais uma vez, terminadas as reflexões, iniciamos a leitura da história, lendo só a primeira parte em que a estátua do Príncipe é descrita e ficamos a conhecer a opinião das pessoas daquela cidade em relação à estátua. Então, pedi aos alunos que, mediante o que leram, que modelassem em "pasta das" a estátua do Príncipe, colocando missangas no lugar do rubi e esmeraldas.
 
    
         Terminada a tarefa de modelar a estátua do Príncipe, continuamos a leitura até à parte em que a Andorinha pousa na base da estátua do Príncipe e as lágrimas deste caem em cima dela. Nesta altura, refletimos sobre o motivo que levou a que o Príncipe estivesse triste e a chorar, uma vez que era conhecido por ser o "Príncipe Feliz".
 
             Em seguida lemos até à parte em que o Príncipe pede à Andorinha que se vá embora e ela recusa-se a ir e quer ficar com ele. Nessa altura, pedi aos alunos que fechassem os seus livros e que escrevessem um texto imaginando qual seria o desfecho da história.
 
No dia seguinte a Andorinha, com pena, partiu para o Egito. O Príncipe ficou com saudades da Andorinha, pois, nunca na vida dele teve uma amiga assim: amorosa, carinhosa, simpática, etc.
           Passado alguns dias, a Andorinha voltou com duas safiras e com um rubi muito mais rubro.
- Obrigado Andorinha! Agora já posso ver a tua beleza! - disse o Príncipe. Mas quando olhou a Andorinha estava morta. O Príncipe começou a chorar. Algum tempo depois a “lágrima sagrada” caiu-lhe sobre a cabecita e ressuscitou.
- De agora em diante tu vais ser protegida por mim. Agora e para sempre! – exclamou o Príncipe. A Andorinha respondeu rapidamente:
- E eu a tua mensageira!
Diogo Dias
- Andorinha, Andorinha, querida Andorinha faz o que te mando.
- Desta vez não posso fazer o que me mandas. - disse a Andorinha
Quando a neve chegou a Andorinha morreu. O Príncipe Feliz ao sentir a Andorinha pousada no seu ombro começou a chorar sem parar até que...
- Andorinha ,já vejo de novo! Andorinha? Oh não, morreu!
Quando uma gota de lágrima caiu em cima da Andorinha ela acordou.
- Príncipe consegues ver-me? –perguntou a Andorinha.
- Sim!
- Como? -perguntou.
- Não sei bem, mas ainda bem que não morreste. –disse feliz.
E mal se abraçaram cresceu um sol e o Príncipe Feliz voltou a viver e a Andorinha foi para o Egito.
Ana Cabeço
Depois de terem escrito os seus finais, os alunos partilharam com os colegas as suas histórias. Assim que terminaram, lemos o final da história, mais uma vez, surpreendente e analisamos a atitude das pessoas da cidade em relação à estátua, e o porquê de o anjo ter levado o coração e a Andorinha até Deus.
 No final da leitura de ambas as histórias os alunos responderam às questões que o livro apresentava sobre as mesmas.
 
Reflexões
Decidir trabalhar os dois contos foi um pouco ambicioso dada a extensão do programa e tive alguma dificuldade em cumprir a planificação, mas não me arrependo, pois foi uma obra que mexeu de certa forma com os alunos e eles gostaram muito de a trabalhar. Também o fiz porque o grupo o permitiu, se fosse um grupo maior, com certeza que teria trabalhado apenas uma. Tudo isto depende do grupo de alunos com o qual nos encontramos a trabalhar. Mas estou consciente que as atividades propostas e pensadas demoraram mais tempo do que o previsto a serem executadas. Ficou uma atividade por realizar: a ilustração do anjo a levar o coração de chumbo e a Andorinha a Deus.
 Ambas as histórias ensinam-nos que devemos tentar ser generosos, mesmo que não sejamos reconhecidos por todos, como aconteceu com o Príncipe Feliz e a Andorinha. Devemos ser generosos porque as nossas relações assim o pedem, pois só desta forma o mundo será mais pacífico e agradável. Mas nunca esqueçamos, o adulto se quer que a criança seja generosa, não o deve impor, mas sim orientá-la e ser, acima de tudo, o exemplo. Por vezes não temos a noção de como alguns atos que temos afetam e influenciam a vida das nossas crianças.
Bom ano para todos, com muitas e boas leituras, energia e imaginação para conseguirmos chegar cada vez mais aos nossos alunos!
Ana Arada

domingo, 15 de dezembro de 2013

Trabalhos de Natal 2013 / Christmas works 2013

       O ano parece que passa a correr! Cá estamos novamente às voltas com os trabalhos de Natal e a preparar as prendinhas para os nossos alunos levarem para casa. Mais uma vez deixo aqui a partilha dos nossos trabalhos!

 
Presépio com Menino Jesus - 1º ano com a professora Susana Gama
Materiais:
- pasta das para modelar a gruta.
- ráfia para fazer as palhinhas.
- meninos Jesus para colar na gruta.





 

 
Suporte para velas em forma de estrela - 2º ano com a professora Mafalda Gomes
 
Materiais:
- pasta das para modelar a base.
- modelo de estrela para "recortar" na pasta das.
- velas.
 
 
Anjos - 3º ano com a professora Luísa Vasconcelos

 
 
 Materiais:
- paus de medicina (que os médicos usam para ver as gargantas que se pode adquirir uma caixa nas farmácias).
- cartolina para fazer as asas.
- tintas para pintar.
- arame para a aureola.
- papel metalizado para a gola dos anjos.


 
Bases para copos e bolsa para moedas (tecelagem) - 4º ano com a professora Ana Arada
 
 
Materiais:
- lã.
- cartão para construir o tear.
- cartão pequeno ou lápis para fazer passar a linha pelo tear.
- agulha de lã para rematar.
- link com explicação de como construir o tear  de cartão:
 
 
 
 
       Um feliz Natal para todos e que 2014 seja um excelente ano, com boas mudanças!
 
 
Ana Arada 

domingo, 1 de dezembro de 2013

Conto "O Menino Recompensado" da obra "Histórias do Arco da Velha de António Botto


            "Para se julgar um livro de crianças não se requerem regras de estética; o melhor título que ele pode ter é ser lido com prazer sem mistura por crianças, que tudo ignorando da vida, lhe pedem coisas que nós já não lhe pedimos, quer dizer que seja inverisímil, que seja imprevisto, que seja divertido e que varie continuamente de cenas." (CARVALHO, Maria Amália Vaz, A Fada tentadora, 1897)
           Tendo em conta estes cuidados na escolha dos livros a serem trabalhados com crianças, a primeira obra que escolhi para trabalhar este ano letivo foi o conto d' O Menino Recompensado. Trata-se de um conto sobre um menino que, para salvar a vida da mãe que se encontra doente, vai atrás da "planta da vida". Pelo caminho vive várias aventuras e encontra várias personagens bastante interessantes que dão novo alento à história. Como todos os contos, este também conta com personagens fantásticas que fazem voar a nossa imaginação.

       Para ajudar numa melhor planificação, seguem as metas que procurei trabalhar com este conto. 
Domínio: Educação Literária.
   Objetivo 23: Ler e ouvir ler textos literários.
      Descritores: 1 - Ler e ouvir ler obras de literatura para a infância e textos da tradição popular.
2 - Fazer a leitura expressiva de pequenos textos após preparação da mesma.
    Objetivo 24: Compreender o essencial dos textos escutados.
       Descritores: 3 - Identificar, justificando, personagens principais e coordenadas de tempo e lugar.
4 - Delimitar os três grandes momentos da ação: situação inicial, desenvolvimento e situação final.
7 - Propor alternativas distintas: alterar características das personagens; sugerir um cenário diferente.
10 - Responder, oralmente ou por escrito, de forma completa, a questões sobre os textos.
Objetivo 27: Dizer e escrever, em termos pessoais e criativos.
  Descritor: 3 - Escrever pequenas narrativas.
 
Desenvolvimento da atividade
 
       Inicialmente os alunos entraram em contacto com a capa da obra que contém o conto a ser trabalhado. Esta foi projetada no quadro interativo e aconteceu um diálogo com os alunos sobre a imagem, tentando imaginar o tema da história e quais a personagens que possivelmente entrariam na história.

          Em seguida exploramos o título e restantes informações contidas na capa, procurando compreender o significado de "Histórias do Arco da Velha"; "Antologia", etc.
 
         Depois de explorada a capa da obra, exploramos o título da história "O Menino Recompensado", tentando descobrir e compreender o significado da palavra "recompensado".
 
        Feita esta exploração, iniciamos a leitura da obra, que foi projetada no quadro interativo
 
        Foi proposto aos alunos que fizessem um registo de cada palavra que desconheciam o seu significado, escrevendo-as numa folha, afixando-as no placar. Em seguida tiveram que descobrir o seu significado no dicionário e registá-lo no caderno, de forma a enriquecer o seu vocabulário.
 




 
       Ainda no início da leitura do conto, foi entregue aos alunos uma folha A4 de desenho. Nesta folha eles tiveram que ilustrar as personagens que foram aparecendo na história, de acordo com as descrições apresentadas pelo autor.
 
      











        Após a leitura e exploração oral de cada peripécia vivida pelo Henriquinho (personagem principal da história), paramos a leitura no momento em que surge o "Gato gigante":
    
 
     "- Que vens aqui fazer, pequeno? - perguntou o animal - Não sabes que sou capaz de te..."

       Foi, então, pedido aos alunos que imaginassem como o Henriquinho ultrapassou mais um obstáculo e como seria o desfecho da história, redigindo um texto narrativo. 

 

       O Henriquinho ficou assustado e ele virou-se de costas e o gato foi-se embora.
       Ele continuou e encontrou a Planta da Vida e disse:
       - Agora é levar a planta à minha mãe, mas primeiro tenho que passar os obstáculos.
       Ele começou a sua viagem de volta e, quando voltou, encontrou um animal chamado cabra. Quando a cabra o viu disse:
       - Olha, o que estás aqui a fazer, pequeno?- perguntou a cabra.
       O Henriquinho respondeu:
        - Vou voltar para casa.
       A cabra ficou a olhar e foi-se embora. O Henriquinho continuou a sua viagem e encontrou um obstáculo que estava quase perto de casa, que ficava na encosta da montanha. Ele foi corajoso e desceu, até que foi parar a casa da sua mãe. Quando lá chegou o filho deu a Planta da Vida à mãe que a cheirou e ficou boa. O filho ficou muito feliz e a mãe agradeceu a ajuda.
Diogo Gama
 
         Estava quase a dizer “comer” quando o Henriquinho gritou:
- Eu estou à procura da Planta da Vida!!! – O gato espantadíssimo e com muito medo disse-lhe que se ele tirasse todos os piolhos e pulgas dele, que o ajudava. Então o menino começou de novo a trabalhar e tirou todas as pulgas e piolhos e o gato disse:
-Agora que fizeste o teu trabalho vou-te indicar o caminho para a Planta da Vida! - O Henriquinho todo feliz disse:
Obrigado, ou melhor, mil obrigados!! – Então lá foram os dois e o Henriquinho contou-lhe a história dele e o porquê de procurar a Planta da Vida.
Ao chegar lá, o gato explicou-lhe como se devia retirar a Planta da Vida:
-Henrique, vais ter de encontrar a raiz e depois cavas para a tirar. - O Henrique fez o que o gato disse e apareceu a rã. O Henrique suspirou de alívio e disse:
-Oh que bom apareceres, rã, pois queria que me indicasses o caminho para casa. - Ao chegar a casa a Fada do Bem muito orgulhosa disse:
-Agora, vamos curar a tua mãe! - No fim a mãe muito orgulhosa disse:
-Obrigado por me salvares, Henrique, és o meu herói!!
Diogo Dias
       O menino ia a choramingar pela montanha fora e o gato disse:
       -Espera, eu ajudo-te! O que é que tu precisas?
       -Eu procuro a Planta da Vida para curar a minha mãe, porque ela está muito doente.
       O menino subiu para as costas do gato e lá foram eles. Quando chegaram ao cimo da montanha tinha lá umas grades e dentro tinha a planta que o Henrique precisava, mas eles não conseguiam subir às grades.
        A seguir encontraram a rã e ela disse:
        -Precisam de ajuda?
        -Sim. – Disse o Henrique.
        O menino subiu para as costas da rã e saltaram lá para dentro.
        O Henrique viu a planta e disse:
        -Uau! Que bonita planta!
        -Também acho. – disse a rã.
        Depois eles saltaram pelas grades. O gato disse:
        - Eu agora levo-te a casa. Quando chegou a casa, o Henriquinho disse:
        -Mãe, toma cheira para ficares melhor. - A mãe disse:
        -Obrigada filho!
Beatriz Pereira
Nesse preciso momento o chão abre-se e o gato cai disparado. O menino, corajoso como é, vai logo salvá-lo.
- Obrigado. - Disse o gato depois de o menino o salvar.
- Desculpa ter-te dito que te assava. - Disse o gato lambendo-lhe a cara toda.
- Desculpas aceites, amigo. - Disse o menino.
Depois o gato perguntou-lhe.
- Mas afinal o que vens aqui fazer?
-Procuro a Planta da Vida. - Respondeu o menino.
-Ah! A Planta da Vida é aquela ali em cima da montanha. - Disse o gato.
O menino olha para o cimo da montanha e vê uma planta muito brilhante e vermelha.
- É aquela?! – Perguntou o menino, surpreendido.
- Sim. – Disse o gato.
Ele subiu a montanha e lá estava ela, mas apareceu uma mosca gigante. Depois, apareceu a rã e comeu a mosca. O menino conseguiu, assim, curar a mãe.

Ana Cabeço
 

       Em seguida, todos os alunos partilharam as suas histórias. Após a partilha, leu-se o final da história e comparou-se com as previsões feitas pelos alunos.

 

       Assim que se terminou a leitura da história, foi entregue nova folha de desenho em formato A4 para que estes fizessem a ilustração da montanha que o Henriquinho subiu, de acordo com as várias descrições e desafios que lhe foram surgindo ao longo do caminho.
       Para concluir, realizaram as fichas propostas no manual escolar sobre este conto.
 
      No final, foi pedido aos alunos que escolhessem 10 palavras das que foram sendo afixadas no placar, por desconhecerem o seu significado, e que elaborassem um conto em que estas fossem utilizadas.
 

      Para terminar, foi realizada uma pequena exposição dos seus trabalhos relativos a este conto e registamos a linda lição que este nos ensina:

 
Aprendemos que devemos procurar satisfazermo-nos com o prazer de prestar um bom serviço, sendo gratos por tudo e que "... é melhor cada um fazer por si mesmo os esforços precisos para merecer as recompensas e considerar-se feliz.”
 
 

Reflexões
          O conto foi bem recebido pelos alunos, que se mostraram entusiasmados com a história, manifestando bastante curiosidade quanto ao desfecho da mesma. Só houve um aspeto que poderia ter sido melhor pensado. O facto de ter decidido pela projeção da história, dificultou a pesquisa/consulta, por parte dos alunos, para realizarem as diferentes tarefas. Este aspeto deverá ser corrigido numa próxima vez que este conto seja trabalhado.
            "O conto de fadas procede de uma forma que se conforma com a maneira de pensar da criança e com aquilo por que ela vive, e é por isso que o conto de fadas é para ela tão convincente. Ela pode obter muito mais conforto de um conto de fadas do que dos esforços intelectuais e racionais dos adultos para a tranquilizarem. A criança confia no que dizem os contos de fadas porque o mundo destes está de acordo com o seu."(BETTELHEIM, Bruno; Psicanálise dos Contos de Fadas, 1975)
            Os contos não só ajudam as crianças a compreenderem melhor o mundo, a encontrarem respostas para o seu mundo, como, no caso académico, ajudam a desenvolver a sua imaginação e a escrever cada vez mais e melhor. Considero bastante importante a introdução de um domínio exclusivamente dedicado à Educação Literária, com descritores e objetivos bastante precisos, bem como a sugestão de obras a serem trabalhadas, pois dá uma melhor orientação aos docentes em relação aos aspetos mais importantes a serem desenvolvidos nas nossas crianças.

Ana Arada