domingo, 16 de dezembro de 2012

Trabalhos de Natal 2012 / Christmas works 2012

       Como vem sendo habitual deixo aqui a partilha dos trabalhos de Natal elaborados pelos nossos alunos. / As usual I share the Christmas works made by our students.
 
Presépio para pendurar / Nativity to hang       
     1º e 2º anos com as professoras Ana Rodrigues e Luísa Vasconcelos / 1st and 2nd grade whith the teachers Ana Rodrigues e Luisa Vasconcelos
 
Materiais / Materials:
- Tecido de feltro / felt fabric
- Moldes com as imagens para desenhar no tecido / templates with images to draw in the fabric
- Brilhantes para decorar / brilliant for decorating
 
 




Candeeiro de Natal / Christmas lamp
         3º ano com a professora Ana Arada / 3rd grade with teacher Ana Arada
 
Materiais / Materials:
 - Uma caixa de cartão / cardboard box
- Jornal para forrar a caixa / newspapper to line the box~
- Tinta castanha para pintar a caixa / brown ink to paint the box
 
- Depois de cortar as imagens, usa-se sacas plásticas coloridas para preencher os espaços / After cutting the images, it uses colored plastic bags to fill the spaces
- No final, colocar um candeeiro dentro / At the end, placing a lamp within
 
 
 
 
Vitrais / Stained glass
        3º ano com a professora Ana Arada / 3rd grade with teacher Ana Arada
 
Materiais / Materials:
- Molde em cartolina preta / mold in black cardstock
- Papel celofan para preencher os espaços vazios de decorar as imagens / Cellophane paper to fill the empty spaces to decorate images
 
 
 
 
 
 
Bolas de Natal com lã / Christmas balls with wool
         3º ano com a professora Ana Arada / 3rd grade with teacher Ana Arada
 
Materiais / Materials:
- Uma bola velha de decorar o pinheiro de Natal / An old ball to decorate the Christmas tree
- Colar lã à volta para decorar a bola / Paste wool around the ball to decorate
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lamparina de decoração / Lamp decoration
          Criado pela professora Ana Arada / Made by teacher Ana Arada
 
Material / Materials:
- Um pacote de leite de 1 litro /  A milk carton 1 liter
- Forra-se com papel crepe / Papers with crepe paper
- Depois de recortadas as imagens, preenche-se os espaços vazios com papel celofan / After cropped images, fills up the empty spaces with cellophane paper
- No final coloca-se uma vela dentro / At the end a candle is placed inside
 
 
 
 
 
 
Cds para decorar a árvore de Natal / Cds to decorate Christmas tree
         4º ano com a professora Carla Ribeiro. / 4th grade with teacher Carla Ribeiro.
 
Materiais / Materials:
- Cds estragados / cds damaged
- Foto de cada aluno para colar no centro / Photo by each student to glue in the center
- Tintas coloridas, tecido de feltro e fitas de cetim para decorar / Colored inks, felt fabric and satin ribbons to decorate
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
        Um feliz Natal para todos! / Merry Christmas to you all!
 
Ana Arada

sábado, 24 de novembro de 2012

Porque devem os pais pôr os filhos a chorar? / Why sould the parents make their children cry?

 
        A ideia de fazer tudo para que os filhos sejam felizes, evitando que chorem, está ultrapassada.
A teoria de disciplinar sem que a criança chore está desatualizada, diz Gordon Neufeld, psicólogo clínico canadiano que esteve em Portugal no final da semana.
        “As crianças precisam da tristeza, da tragédia para crescerem. Precisam de ter as suas lágrimas”, defende.
        Nos primeiros meses e anos de vida, o “não” dito pelos pais ajuda a disciplinar, em vez de estragar a criança. “Estamos a perder isso na nossa sociedade, não admira que as crianças estejam estragadas com mimos. Afinal, elas são sempre as vencedoras”, continua o investigador que esteve em Lisboa a convite da empresa BeFamily, do Fórum Europeu das Mulheres, da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas e da Associação Portuguesa de Imprensa.
        Na conferência sob o lema “Vínculos Fortes, Filhos Felizes”, Neufeld defende que só se atinge o bem-estar através da educação e que esta deve estar a cargo das famílias e não do Estado.
        E para garantir o bem-estar de qualquer ser humano ou sociedade é necessário preencher seis necessidades.
         A primeira é o “aprender a crescer” e para isso há que chorar, é preciso que a criança seja confrontada, que viva conflitos, de maneira a amadurecer, a tornar-se resiliente, a saber viver em sociedade.
       A segunda necessidade é a de a criança criar vínculos profundos com os adultos, estabelecer relações fortes. Como é que se faz? “Ganhando o coração dos filhos. É preciso amarmos e eles amarem-nos. Temos de ter o seu coração, mas perdemos essa noção”, lamenta o especialista que conta que, quando lhe entram na consulta pais preocupados com o comportamento violento dos filhos, a primeira pergunta que faz é: “Tem o coração do seu filho?”, uma questão que poucos compreendem, confidencia. E dá um exemplo: Qual é a principal preocupação dos pais quanto à escola? Não é saber qual a formação do professor ou se este é competente. O que os pais querem saber é se a criança gosta do docente e vice-versa. “E esta relação permite prever o sucesso académico da criança”, sublinha Neufeld, reforçando a importância de “estabelecer ligações”.
       E esta ligação deve ser contínua – a terceira necessidade –, de maneira a evitar problemas. Neufeld recorda que o maior medo das crianças é o da separação. Quando estão longe dos pais, as crianças começam a ficar ansiosas e esse sentimento pode crescer com elas, daí a permanente procura de contacto, por exemplo, entre os adolescentes com as mensagens enviadas por telemóvel ou nas redes sociais, muitas vezes, ligando-se a pessoas que nem conhecem, alerta o especialista.
       O canadiano recomenda que os pais estabeleçam pontes com os seus filhos. Quando a hora da separação se aproxima, há que assegurar que o reencontro vai acontecer. Antes de sair da escola, dizer “até logo”; à hora de deitar, prometer “vou sonhar contigo”. Mas a separação não é só física, há palavras que separam como “tu és a minha morte” ou “tu és a minha vergonha”. Mesmo quando há problemas graves para resolver, a frase “não te preocupes, serei sempre teu pai” ajuda a lembrar que a relação entre pai e filho é mais importante do que o problema. Hold on to your kids é o nome do livro que escreveu e onde defende esta teoria.
        A importância de brincar
       A quarta necessidade a ter em conta para garantir o bem-estar dos filhos é a necessidade de descansar. Cabe aos adultos providenciar o descanso e este passa por os pais serem pessoas seguras e que assegurem a relação com os filhos.
      As crianças precisam que os pais assumam a responsabilidade da relação, que mantenham e alimentem a relação, de modo a que elas possam descansar e, nesse período, desenvolver outras competências. Uma criança que está ansiosa pela atenção dos pais não está atenta na escola, por exemplo.
      Brincar é a quinta necessidade a suprir.
      Não há mamífero que não brinque e é nesse contexto que se desenvolve, aponta Neufeld. E brincar não é estar à frente de uma consola ou de um computador; é “movimentar-se livremente num espaço limitado”, não é algo que se aprenda ou que se ensine. E, neste ponto, Neufeld critica o facto de as crianças irem cada vez mais cedo para a escola, o que não promove o desenvolvimento da brincadeira. “Os ecrãs estão a sufocar a brincadeira e as crianças não têm tempo suficiente para brincarem”, nota o psicólogo clínico que, nas últimas semanas, fez um périplo por vários países europeus, tendo sido ouvido no Parlamento Europeu, em Bruxelas sobre “qualidade na infância”.
        Por fim, a sexta necessidade é a de ter capacidade de sentir as emoções, de ter um “coração sensível”. “Estamos tão focados em questões de comportamento, de aprendizagem, de educação; em definir o que são traumas; que nos esquecemos do que são os sentimentos. As crianças estão a perder os sentimentos quando dizem ‘não quero saber’, ‘isso não me interessa’, estão a perder os seus corações sensíveis”, diz Neufeld.
 
       Em resumo, é necessário que os pais criem uma forte relação emocional com os filhos, de maneira a que estes sejam saudáveis. Os pais são os primeiros e são insubstituíveis na educação dos filhos e são eles que devem ser responsáveis pelo seu desenvolvimento integral e felicidade. Se assim for, estarão também a contribuir para o bem-estar da sociedade.

 Por Bárbara Wong, no jornal Público em 20/11/2012
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      The idea of doing everything to ensure that the children are happy, avoiding that they cry, is outdated.
      The theory of discipline without which the child cry is out of date, says Gordon Neufeld, Canadian clinical psychologist who was in Portugal at the end of the week.
"Children need the sadness of the tragedy to grow. Need their tears", argues.
       In the first months and years of life, "not" said by parents helps discipline, rather than spoil the child. "We are losing this in our society, it is no wonder that kids are spoiled rotten. After all, they are always the winners", continues the researcher who came to Lisbon at the invitation of the company BeFamily, of the European Forum of women, of the Portuguese Association of large families and the Portuguese Press Association.
       At the Conference under the motto "Strong Ties, Kids happy", Neufeld says that only reaches the welfare through education and that this should be the responsibility of families and not of the State.
      And to ensure the welfare of any human being or society are required to complete six needs.
       The first is the "learn to grow" and for this we must cry, children must be confronted, that conflict alive in order to mature, becoming resilient, namely living in society.
      The second need is that of the child create deep links with adults, establish strong links. How do you do? "Winning the hearts of the children. It takes love and they love us back. We need to have their heart, but we lost that notion", laments the expert who tells us that when he falls into query parents worried about the violent behavior of the children, the first question is: "Do you have the heart of your son?", a question that few understand, confides. And gives an example: what is the main concern of parents about the school? Not knowing which teacher training or if this is competent. What parents want to know is if the child likes the teacher and vice versa. "And this relationship makes it possible to predict the academic success of children," stresses Neufeld, reinforcing the importance of "establishing connection".
      And this connection must be continuous – the third need-in order to avoid problems. Neufeld recalls that the biggest fear of children is that of separation. When they are away from their parents, the children start to get anxious and that feeling can grow with them, hence the demand for permanent contact, for example, between adolescents with messages sent by mobile phone or on social networks, often turn to people who do not even know, alert the specialist.
      The Canadian recommends that parents establish bridges with their children. When the hour of separation approaches, we must ensure that the reunion will happen. Before leaving the school, say "Goodbye"; at bedtime, promise "I'll dream of you". But the separation is not just physical, there are words that separate as "you are my death" or "you are my shame". Even when there is serious problems to solve, the phrase "don't worry, I will always be your father" helps you remember that the relationship between father and son is more important than the problem. Hold on to your kids is the name of the book they wrote and which defends this theory.
      The importance of play
     The fourth need to be taken into account is to ensure the well-being of children is the need to rest. It is up to adults to provide the rest and this passes through parents being insured persons and to ensure that the relationship with the children.
      Children need parents to assume the responsibility, to maintain and nurture the relationship, so that they can rest and, during this period, developing other skills. A child who is eager for the attention of parents aren't attentive at school, for example.
       Play is the fifth need to meet.
      There is no mammal that do not play and it is in this context that he develops, said Neufeld. And play is not to be in front of a console or a computer; is "move freely within a limited space", is not something you learn or teach. And, at this point, Neufeld criticizes the fact that the kids go earlier and earlier for the school, which does not promote the development of the game. "The screens are stifling the joke and children do not have enough time to play", note the clinical psychologist who, in recent weeks, made a tour through various European countries, having been hearing at the European Parliament in Brussels on "quality in childhood".
       Finally, the sixth is the need to have ability to feel emotions, of having a "sensitive heart". "We're so focused on learning, behavior issues, education; in defining what are traumas; that we forget what are the feelings. Children are losing the feelings when they say 'no wonder', 'that doesn't interest me', are losing their hearts susceptible", says Neufeld.
       Concluding, it is necessary that parents create a strong emotional relationship with their children, so that they are healthy. Parents are the first and are irreplaceable in educating the children and they are the ones who should be responsible for their integral development and happiness. If so, will also contribute to the well-being of society.
 
By Bárbara Wong, in Público newspapper em 20/11/2012

 

terça-feira, 10 de julho de 2012

"O livro que só queria ser lido" - José Jorge Letria

         Lembram-se daquele livro que vocês liam sem parar, que adoravam ver e rever aquelas palavras, aquelas ilustrações e que nunca se esqueciam dele na prateleira? Pois... onde está ele agora? Na prateleira esquecido, numa caixa...? O que sentirá ele neste momento por estar esquecido, algures em vossa casa?

        Esta é a história de um livro que viveu momentos de felicidade quando todos na casa o liam, reliam e partilhavam a sua história com outras pessoas. Mas, agora, está esquecido na prateleira da biblioteca da casa, entre os dicionários e os papeis imporantes como contas e cartas das finanças. Tudo o que este livro deseja é voltar a ser lido e tudo faz para que reparem nele.

       Antes de começar a ler a história, pedi aos alunos que trouxessem para a escola um livro e um brinquedo que eles já não peguem há algum tempo. Assim aconteceu e eles apresentaram os seus objetos, explicando por que não pegam mais neles, sendo que a maioria referiu que era por esquecimento e porque outros livros e brinquedos novos os substituíram.

       Após a apresentação dos mesmos, foi-lhes pedido que escrevessem um diálogo entre o livro e o seu brinquedo, no qual eles manifestavam os seus sentimentos e falavam da sua atual condição. Eis alguns dos textos escritos pelos alunos.

O encontro do livro e do brinquedo
        Um dia o meu livro e brinquedo encontraram-se:
        -Olá! – disse o  livro.
        -Olá!
        -Eu fui comprado no Natal, a avó da Mariana deu-me, mas ela depois deixou de brincar comigo! – disse o brinquedo.
        -Eu sinto-me abandonado, mas ao mesmo tempo também me sinto muito contente! – disse o livro.
        -Porquê? – perguntou-lhe.
        -Porque ela foi arranjando mais livros. – disse ele.
        -Eu sinto-me como tu! – disse o brinquedo.
        Um dia, a Mariana pegou outra vez nos dois e eles ficaram muito contentes, outra vez.
Mariana Ricardo

A Boneca e o livro
        Um dia numa prateleira linda cheia de brinquedos estava uma Boneca de Trapos e um livro chamado “ O Peixe Contador de histórias ”.
       A Boneca de Trapos era real como as personagens do livro. Então, um dia a Boneca entrou dentro do livro e encontrou sua paixão, o Pedrito.
       - Olá Boneca de Trapos.
       -Olá Pedrito.
       -Sentes-te bem? – perguntou Pedrito curioso.
       -Não. Sabes, a Ana Catarina já não brinca comigo há muito tempo e eu sinto-me triste por dentro e por fora.
       -Coitadinha de ti. Olha, vem aí o Mestre Hildo, pode ser que ele te faça rir.
       -Olá Boneca de Trapos. – disse o Mestre Hildo.
       -Olá Mestre Hildo.
      -Olá Mestre Hildo. Mestre Hildo, a Boneca de Trapos sente-se triste porque a Ana Catarina não brinca com ela há muito tempo.
       - A sério? Então anda comigo e com o Pedrito andar de barco. Vais sentir-te melhor.
       -Oh, está bem!
       Passado uma hora e eles voltaram.
       -Gostaste Boneca de Trapos?
       -Sim, gostei muito, obrigada, já me sinto muito feliz.
       -A sério? Que bom! Bem tenho de me ir embora, adeus! – disse o Mestre Hildo.
       - Muito obriga Pedrito.
       -De nada.
      Abraçaram-se e depois a Boneca de Trapos confessou que gostava dele e o Pedrito também confessou que gostava dela e beijaram-se.
       A Boneca de Trapos ficou tão feliz que decidiu ir vistar o Pedrito todos os dias.
Ana Carvalho

A boneca Kika e o livro de contos
        Um dia o meu livro de contos encontrou- se com a minha boneca Kika, e disse:
        -Olá boneca Kika.
        -Olá livro de contos.
        -Sabes, eu sinto-me tão abandonado - disse o livro de contos.
        -E eu sinto-me tão sozinha e também abandonada. Nunca pensei que a minha dona me fosse pôr para aqui e me esquecesse.
        -Pois nem eu. Já não sou lido há 2 anos. Eu tenho tantas histórias fixes de contos de fadas de que ela gosta, como por exemplo: “A Repolho”, “A princesa e a ervilha”, e a “Cinderela”- disse o livro.
        -E eu? Era a boneca preferida dela e há 5 anos que já não brinca comigo. Eu adorava que ela voltasse a brincar comigo.
        -Eu adorava que ela voltasse a ler-me, mas estamos para aqui arrumados- queixou- se o livro.
        -Olha, a Flávia vai pegar em nós de certeza. E também vai voltar a brincar connosco.
        -Pois tens razão- disse a boneca.
        -Fixe! Fixe!- disseram os dois todos felizes.
Flávia Leitão

O livro e o brinquedo
        Olá, eu sou um ioió, eu agora vou contar a minha vida. Eu nasci com um primo meu, fui comprado por uma menina chamada Patrícia. Ela brincava comigo mas a dada altura arrumou-me numa prateleira com os seus livros. Mas valeu a pena, ali eu arranjei um amigo, o livro. Um dia eu perguntei-lhe:
       - Olá como te chamas?
       -Livro.
       - E tu?
       - Ioió. Eu agora estou arrumado e ninguém brinca comigo!
       -A mim é igual, eu fui comprado, sinto-me mesmo muito mal e triste.
       - Eu agora não consigo estar enjoado porque ninguém me rola.
       -Eu já não tenho cócegas, porque ninguém me toca.
       -Olha a Patrícia, vai pegar em nós.
       -Fixe.
       E meteu-nos na mochila.
Patrícia Oliveira


Os meus brinquedos
         Os meus livros e brinquedos para mim são divertidos, mas um dia eu esqueci-me deles e senti, que eles ficaram tristes. Eles falaram entre eles e disseram:
         - Quem me dera que o meu dono pegasse em mim e me rolasse.- disse a bola azul.
         - Pois eu também queria que o meu dono pegasse em  mim.- disse o livro. -Já sei, quando o meu dono passar no quarto eu caio, da prateleira e ele vai reparar logo em mim.
         - Boa ideia, e eu vou fazer o mesmo!- disse a bola
         E assim foi, eles caíram ao mesmo tempo da prateleira, e o dono deles reparou e pegou neles, mas apenas para voltar a pôr na prateleira. Eles ficaram tristes e disseram:
        - O nosso plano não resultou.- disse o livro.
        - Pois foi.- disse a bola.
        - Vamos tentar outra vez! – disse o livro.
        - Está bem. – disse a bola.
        E assim foi. Eles caíram da prateleira da prateleira e desta vez o dono vi-os, pegou neles e levou-os para a escola porque tinha um trabalho para fazer sobre eles.  
        E desde então o dono brincou sempre com eles, e viveram felizes para sempre.
 Ricardo Machado

        Depois de lerem os seus textos aos colegas, iniciamos a leitura da história. O livro triste por estar esquecido encontra uma máquina de escrever, também ela esquecida, pois foi substituída pelo computador. Ambos começam a partilhar as suas histórias e vivências. A da altura o livro mostra a sua revolta dizendo:

      - Pois fica sabendo, minha cara amiga,  (...) há coisas que se podem esquecer e abandonar e outras não. (...) Têm todo o direito de deitar fora um fogão velho ou um esquentador já sem uso, mas não é justo que abandonem objetos como nós, porque temos vida própria e porque partilhámos emoções e segredos.

       Mas a máquina de escrever, mais ponderada diz:

       - Então tu achas que um fogão que ajudou as pessoas a comerem os alimentos em condições  e um esquentador que tão importante terá sido para a sua higiene não têm direito a fazer as mesmas exigências que nós fazemos?

        Perante estas afirmações, os alunos refletiram sobre estas duas opiniões e no final deram a sua, dizendo com qual dos dois concordavam.


        Depois das suas reflexões, pedi que eles, juntamente com os pais e familiares, pesquisassem e, se possível, trouxessem para a escola, objetos que cairam em desuso e já não são utilizados hoje em dia. Com a recolha feita, fizemos uma pequena exposição desses objetos.


        A dada altura o livro e a máquina são separados, para grande tristeza do livro, que, para além de ninguém o ler, fica sozinho. Compadecido da sua tristeza, o computador tenta consolá-lo. Nesta fase da história, pedi aos alunos que imaginassem como terminaria a história. Eis alguns dos resultados.

Um dia depois, o computador disse ao livro:
            - Já sei!
            - O quê? – disse ele.
- Uma mudança de visual!
- Boa ideia!
- Vamos lá!
Então, ele experimentou cem maneiras diferentes. O visual número cento e um é que ficou bem: a capa muito colorida com flores, arco-íris, etc.
- Devíamos de ter experimentado este primeiro! – disse o livro, muito cansado..
- Pois…
A Mariana achou o livro interessante, leu-o e adorou a história que tinha lá dentro.
Ele ficou tão contente, mas tão contente que foi a correr contar ao computador.
Mariana Ricardo

        O livro ouvindo o computador continuou a cair. A filha da tia Rosário foi à estante e encontrou o livro lá caído, pegou nele e disse:
         - Parece-me um livro interessante.
         O livro ficou com um sorriso do tamanho do mundo.
         A filha que se chamava Margarida abriu o livro e começou a ler com muita atenção.
         Foi direta ter com a tia Rosário e disse:
         - Mãe! Mãe!
         - Diz filha.
         - Olha o livro que eu encontrei.
         - Mas esse livro é tão antigo!
         - Pois, mas é fixe.
         - Ok! Tem boa leitura.
         - Obrigado.
        E aí o livro foi cheio de alegria de novo apara a estante contar ao computador.
Patrícia Oliveira

        Eu acho eu o livro depois foi comprado pelo mesmo amigo do irmão da Mariana e depois encontraram-se os dois.
         Mas o colecionador pegou no livro e leu-o depois viu que era de aventuras e começou a lê-lo e na mesma máquina fez a mesma história fazendo muitas réplicas do livro até que se venderam os livros todos e fizeram muito dinheiro e o original todas as noites ia ter como a máquina e contava-lhe as histórias porque tinha que passar nas impressões todos os dias e ficou famoso.
Fábio Jesus

       Poderia acontecer que o livro caísse várias e várias noites ate que uma senhora o apanhou e começou a lê-lo depois ela escreveu o livro todo novamente e telefonou para a editora
        - Está, Porto Editora o que deseja?
        - Eu quero que seja a editora de um livro que eu voltei a escrever
        - Nós passe as informações por facebook que nos decidimos e lhe telefonamos
        Depois do lançamento foi um sucesso e o livro original foi lido várias vezes pelos donos da casa até ao resto da sua vida. Mas os outros livros iguais a ele foram vendidos em grande escala também.
Samuel Leite

      Após a leitura partilhada dos seus finais, lemos o final da história, que foi verdadeiramente surpreendente.
       No final, cada aluno escreveu uma frase sobre o que aprendeu com esta história:

          Que não podemos tomar decisões precipitadas.
Samuel Leite   

Todos os livros são importantes, mesmo que sejam feios por fora, podem conter os maiores tesouros que nem nós pensamos.
Joana Pinto

Que às vezes os livros também têm sentimentos e outras coisas também.
Fábio Jesus

É que nós devemos ler sempre os livros para conhecermos melhor as palavras, e tirar conclusões
Filipa Mota

Que todos nós temos um segredo e uma importância.
Que todos os objetos têm todos a mesma importância. E que nós só podemos criticar os livros depois de os lermos.
Flávia Leitão

         Os alunos gostaram muito desta história e terminamos o nosso trabalho sobre a obra, fazendo o paralelo com a nossa vida, o nosso dia a dia, refletindo que devemos valorizar toda a gente, mesmo as pessoas idosas, pois ainda têm o seu valor e são muito imporantes para nós, pois a máquina disse:

        Nós (...) somos como as pessoas. Temos anos de infância e de juventude. Depois vem a idade adulta e, a seguir, o envelhecimento. E porque envelhecemos, acabamos um dia por ser esquecidos.

        Esta obra tem uma história muito bonita, assim como as suas ilustrações. Para além disso, ensina-nos o valor que devemos dar às pessoas e aos livros, pois uma boa leitura ajuda-nos sempre a melhorar cada vez mais.

       Tenham boas leituras.
  Ana Arada